sexta-feira, 3 de junho de 2016

Skyline Pigeon


Skyline Pigeon





Skyline Pigeon


Turn me loose from your hands
Let me fly to distant lands
Over green fields, trees and mountains
Flowers and forest fountains
Home along the lanes of the skyway

For this dark and lonely room
Projects a shadow cast in gloom
And my eyes are mirrors
Of the world outside
Thinking of the way
That the wind can turn the tide
And these shadows turn
From purple into gray

For just a Skyline Pigeon
Dreaming of the open
Waiting for the day
He can spread his wings
And fly away again

Fly away skyline pigeon fly
Towards the dreams
You've left so very far behind

Let me wake up in the morning
To the smell of new mown hay
To laugh and cry, to live and die
In the brightness of my day

I want to hear the pealing bells
Of distant churches sing
But most of all please free me
From this aching metal ring

And open out this cage towards the sun


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Cuide-se bem, tem mil surpresas a espreita, em cada esquina mal iluminada, em cada rua estreita. Em cada rua estreita do mundo

Cuide-se bem



Cuide-se bem, tem mil surpresas a espreita
Em cada esquina mal iluminada, em cada rua estreita
Em cada rua estreita do mundo




Cuide-se bem, perigos há por toda a parte
E é bem delicado viver de uma forma ou de outra
É uma arte como tudo

Cuide-se bem, tem mil surpresas a espreita
Em cada esquina mal iluminada, em cada rua estreita
Em cada rua estreita do mundo

Pra nunca perder esse riso largo
E essa simpatia estampada no rosto

Cuide-se bem, eu quero te ver com saúde

E sempre de bom humor e de boa vontade com tudo




quarta-feira, 30 de março de 2016

Meu pedaço de universo é no teu corpo...



Meu pedaço de universo é no teu corpo





Como apresentar Taiguara?





Recorri ao Bachelard, extraindo fragmentos da obra "A Chama de Uma Vela"...

"Assim começa o reino das imagens decisivas, das decisões poéticas. Toda poesia é começo. Propomos designar essas imagens-frases, ricas de uma vontade de expressões novas, pelo nome de sentenças poéticas. O nome de fragmentos, utilizados pelos fragmentistas, prejudica-os. Nada é partido em uma imagem que encontra força em sua condensação.

Como um dicionário de belas sentenças da imaginação dogmática, com uma botânica de todas as plantas-chamas cultivadas pelos poetas, talvez se decifrassem os diálogos do poeta e do mundo. Sem dúvida sempre será difícil organizar um grande número de imagens voluntariamente singulares. Mas ás vezes, o atrativo da leitura basta para aparentar, a propósito de uma imagem singular, dois gêneros diferentes.

É preciso o poema, as flexibilidades do poema, as transmutações poéticas. O hino se apodera do ser das imagens, ele faz de seus objetos, objetos hínicos. É o hino que é o poder sintetizante.

Ainda aqui o poeta deixa ao leitor o cuidado de fazer as frases intercalares, o prazer poético de escrever sentenças poéticas...


Como os poetas de nosso tempo entramos no reino da poesia brusca, uma poesia que não conversa, mas que sempre quer viver em primeiras palavras. Portanto é preciso escutar os poemas como palavras ditas pela primeira vez. A poesia é uma admiração, exatamente ao nível da palavra, na palavra e pela palavra."


                    
                               Agora sim.....




Universo no teu corpo
Taiguara
 
Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
E uma gente que não viva só pra si

Só encontro
Gente amarga mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida sem amor que eu aprendi

Por uns velhos vãos motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor

E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor

Vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos à canção

Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo

São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos

Vem, vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos a canção

Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos.

domingo, 27 de março de 2016

Eu solto o ar no fim do dia, perdi a vida . . .


O Patrão Nosso de Cada Dia
Secos e Molhados






"Eu vivo preso
A sua senha
Sou enganado

Eu solto o ar
No fim do dia
Perdi a vida"



 
Eu quero o amor
Da flor de cactus
Ela não quis

Eu dei-lhe a flor
De minha vida
Vivo agitado

Eu já não sei se sei
De tudo ou quase tudo
Eu só sei de mim
De nós
De todo o mundo

Eu vivo preso
A sua senha
Sou enganado

Eu solto o ar
No fim do dia
Perdi a vida

Eu já não sei se sei
De nada ou quase nada

Eu só sei de mim
Só sei de mim
Só sei de mim

Patrão nosso
De cada dia

Dia após dia

quinta-feira, 17 de março de 2016

Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, agora assiste a tudo em cima do muro . . .



Ideologia! Eu quero uma pra viver






"Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro!"




Ideologia
Cazuza
 
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah! Eu nem acredito

Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver

O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! Saber quem eu sou

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro!

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!

Eu quero uma pra viver


quarta-feira, 16 de março de 2016

Tupi*, or not tupi that is the question.


"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente."









"A alegria é a prova dos nove."








"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os colectivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi*, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa. 

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reacção contra o homem vestido. O cinema Americano informará. (...)"



"(...)
Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem. 
Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. 
O stop do pensamento que é dinâmico. 
O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. 

E o esquecimento das conquistas interiores. 

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. 

O instinto Caraíba. Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia. Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo. (...)"



Oswald de Andrade
Manifesto Antropofágico
1928


terça-feira, 15 de março de 2016

No dia em que a música morreu . . .



No dia em que a música morreu . . .






“Eu conheci uma garota que cantava blues
E eu pedi a ela umas boas notícias
Mas ela só deu um sorriso e foi embora
Eu fui à loja sagrada
Onde eu tinha escutado a música anos atrás
Mas o homem lá disse que a música não tocaria

E nas ruas as crianças gritavam
Os amantes choravam e os poetas sonhavam
Mas nenhuma palavra foi dita
Os sinos da igreja estavam todos quebrados
E os três homens que eu mais admirava
O Pai, o Filho e o Espírito Santo
Pegaram o último trem para o litoral
No dia em que a música morreu.”



“Oh, e lá estávamos nós num único lugar
Uma geração perdida no espaço
Sem tempo para recomeçar”



“Bem, eu sei que você está apaixonada por ele
Pois eu vi vocês dançando no ginásio
Vocês dois tiraram os sapatos
Cara, eu entendo o ritmo e o blues

Eu era um adolescente solitário e desajeitado
Com um cravo rosa e uma caminhonete,
Mas eu sabia que estava sem sorte
No dia em que a música morreu”



“Há muito, muito tempo atrás
Eu ainda consigo me lembrar
Como aquela música me fazia sorrir
E sabia que se eu tivesse minha chance
Eu poderia fazer aquelas pessoas dançarem
E, talvez, elas seriam felizes por um momento”