RAY LEMA
Músico, compositor, arranjador, cantor (França/RDC)
Ray Lema nasceu no país Kongo, no oeste da actual
República Democrática
do Congo. Aos 11 anos, ele entrou no seminário dos Padres Brancos. Ele queria se tornar um
sacerdote. O destino decidiu de outra forma. Logo na chegada do seminário, as
crianças passaram por testes
de aptidão, e rapidamente se percebem as disposições naturais do
jovem Lema para a música e um padre belga resolve colocar para estudar o órgão
e o piano. Seus estudos no seminário foram portanto acompanhados de cantos
gregorianos, Mozart e Chopin.
Ele tinha 14 anos quando o Congo Belga se tornou independente e tornou-se apenas o “Congo” de Patrice Lumumba, e em seguida, o “Zaire” do Mobutu. Ele deixou o seminário e, alguns anos depois , ingressou na Universidade de Kinshasa, onde estudou química.
Ele tinha 14 anos quando o Congo Belga se tornou independente e tornou-se apenas o “Congo” de Patrice Lumumba, e em seguida, o “Zaire” do Mobutu. Ele deixou o seminário e, alguns anos depois , ingressou na Universidade de Kinshasa, onde estudou química.
Os pianos sendo coisa quasi inexistente no Zaïre,
ele aprendeu então a tocar
guitarra e descobriu os Beatles, Hendrix, Django Reinhard e os
Jazzmen americanos. De repente, ele abandona os estudos de química e a
univerdidade para integrar como guitarrista, a banda de um cantor famoso de
Kinshasa, Gerard Kazembe. Ele, então, descobre as noites quentes de Kinshasa e
encontra as grandes estrelas da música congolesa que na época fazia dançar toda
a África (Tabu Ley Rochereau, Kabassele …).
Em 1974, Ray Lema foi nomeado Director Musical do
Ballet Nacional do Zaïre com a missão de recrutar e dirigir os músicos
tradicionais que deviam acompanhar os bailarinos do Ballet Nacional,
representando assim a diversidade e riqueza do país. Essa experiência mudou sua
vida e sua visão da música para sempre. Ele viajou no país inteiro em todas as
direções, da Floresta Equatoria para o Kivu , do Baixo Congo para o Katanga
atraversando as regiões do Kasai em busca dos Mestres de música do Congo. Ele
descobriu a ciência e a magia das rodas rítmicas tradicionais e se tornou
Mestre Tambor.
Em 1979, ao convite da Fundação Rockefeller, ele
viajou para os EUA depois de um profundo desacordo com o Presidente Mobutu. Ele
só voltou 32 anos depois para o Zaïre, que entre tempo que mudou seu nome para
a República Democrática do Congo.
A viagem para os Estados Unidos marca também o início de uma brilliante carreira internacional. Ele finalmente se estabeleceu na França em 1982, onde ele mora desde então.
A viagem para os Estados Unidos marca também o início de uma brilliante carreira internacional. Ele finalmente se estabeleceu na França em 1982, onde ele mora desde então.
Interessado por todo tipo de estílo musical e
precursor nos gêneros, Ray Lema tornou-se famoso no meio internacional da World
Music desde os 80, que descobre então as Músicas Africanas. Ele realiza várias
colaborações que enriquecem suas composições e seu universo musical: de Stewart
Copeland (ex-baterista do Police) para as Vozes Búlgaras, dos Tyour Gnawa de
Essaouira para a Orquestra de Câmara de Sundsvall na Suécia, com o cantor e
compositor brasileiro Chico César ou ainda mais recentemente, como solista
convidado da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo no Brasil.
Esta busca incessante do Outro deu para o Ray
Lema um perfil totalmente inclassificável. Ele já publicou cerca de vinte
discos, todos diferentes uns dos outros, no entanto, marcado por uma linguagem
musical muito pessoal, testemunhos dos encontros e do percurso deste
viajante-músico e perpétua estudante, así como ele mesmo gosta de se
apresentar.
Ele compõe regularmente para o Teatro e Cinema e
já recebeu vários prêmios pela sua sua carreira (incluindo um “Django d’Or”).
A educação musical em África continua sendo para
ele uma prioridade e, frequentemente, ele organiza oficinas com jovens músicos
e produz artistas do seu continente.
No palco Ray Lema se apresenta em concerto de
piano solo, em trio ou quinteto afro-jazz (formação de seu último disco, ”
VSNP- Very Special New Production” – com Etienne Mbappe, Irving Acao, Nicolas
Viccaro e Sylvain Gontard – lançado em janeiro de 2013), ou com a sua big
band, a Saka Saka Orchestra, onde o afro-beat flirte com o blues e o rock a
moda Kongo e com baladas carinhosas.
Sempre aberto para novos encontros, no Verão de
2013 ele se apresentará no “Festival du Bout du Monde” com a Orquestra
Sinfônica da Universidade de Brest, com seu quinteto e um Big Band de metáis no
“Festival d’Île de France” no outono, com um novo trio vocal junto ao Fredy
Massamba e o Ballou Canta (acompanhados pelo guitarrista brasileiro Rodrigo
Viana) para o final de 2013 e, em 2014, com projeto de composições inéditas
junto ao quarteto de cordas “Déséquilibre” da cidade francesa de Marseille,
dirigido pela violinista Agnes Pyka.
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