...é arrancado da continuidade do tempo;
está fora do tempo; em outras palavras, está num estado de êxtase; em
tal estado, não sabe de sua idade, nada de sua mulher, nada de seus
filhos, nada de suas preocupações e, portanto, não tem medo, pois a
fonte do medo está no futuro e quem se liberta do futuro nada tem a
temer."
E chegamos ao final de mais um ano. Um ano cheio de desafios e mudanças, mas um bom ano.
Entre as coisas que marcaram meu ano estão livros, músicas, momentos, filmes.
Muito eu já deixei aqui no blog mesmo, muito ainda terei a oportunidade de postar.
E para terminar deixo uma reflexão sobre o tempo, feita por Milan Kundera em seu livro :
"A Lentidão". Logo abaixo deixo a letra de Wave e a incorporação do vídeo.
Agora, trago mais citações maravilhosas de Milan Kundera...
“Quando as coisas acontecem rápido demais,
ninguém pode ter certeza de nada,
de coisa nenhuma,
nem de si mesmo.”
As “peças” humanas estão
dispostas numa ordem imperceptível, aleatória, mas lógica e apenas os
sentidos desbaratados pelos desafios emotivos proporcionados pelo jogo
constante, calculado ou instintivo, que as personagens entre si ou
dentro de si e contra si próprias disputam, as fará compreender e
assimilar, ainda que casual e inconscientemente, a “matemática
existencial”, feita de rectas e curvas e equações e adições e subtrações
e muita, muita incerteza.
“...pois (e é uma outra definição
elementar bem conhecida na matemática existencial) cada possibilidade
nova que tem existência, até a menos provável, transforma a existência
inteira.”
“Quando as coisas acontecem rápido demais, ninguém pode ter certeza de nada, de coisa nenhuma, nem de si mesmo.
Quando evoquei a noite de Madame de T., lembrei a equação bem conhecida de um dos primeiros capítulos do manual da matemática existencial: o grau de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento. Dessa equação, podemos deduzir diversos corolários, este, por exemplo: nossa época se entrega ao demônio da velocidade e é por essa razão que se esquece tão facilmente de si mesma. Ou prefiro inverter essa afirmação e dizer: nossa época está obcecada pelo desejo do esquecimento e é para saciar esse desejo que se entrega ao demônio da velocidade; acelera o passo porque quer nos fazer compreender que não deseja mais ser lembrada; que está cansada de si mesma; enjoada de si mesma; que quer soprar a pequena chama trêmula da memória.”
Quando evoquei a noite de Madame de T., lembrei a equação bem conhecida de um dos primeiros capítulos do manual da matemática existencial: o grau de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento. Dessa equação, podemos deduzir diversos corolários, este, por exemplo: nossa época se entrega ao demônio da velocidade e é por essa razão que se esquece tão facilmente de si mesma. Ou prefiro inverter essa afirmação e dizer: nossa época está obcecada pelo desejo do esquecimento e é para saciar esse desejo que se entrega ao demônio da velocidade; acelera o passo porque quer nos fazer compreender que não deseja mais ser lembrada; que está cansada de si mesma; enjoada de si mesma; que quer soprar a pequena chama trêmula da memória.”
Milan Kundera
Wave
Tom Jobim
Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
O resto é mar
É tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho
É tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho
Da primeira vez era a cidade
Da segunda, o cais e a eternidade
Da segunda, o cais e a eternidade
Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
Da primeira vez era a cidade
Da segunda, o cais e a eternidade
Da segunda, o cais e a eternidade
Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
Vou te contar
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