segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

M A E S T R I A



M A E S T R I A






A FORMA MÁXIMA DE PODER


A nossa sorte está em nossas próprias mãos, como está nas mãos do escultor a matéria prima que ele converterá em obra de arte. Com essa atividade artística acontece o mesmo que com todas as outras: simplesmente nascemos com o potencial de fazê-lo. A habilidade para moldar o material no objeto almejado deve ser aprendida e cultivada com empenho.


– JOHANN WOLFGANG VON GOETHE, escritor e pensador alemão








O homem deve aprender a detectar e a observar os raios de luz que fulguram em sua mente a partir do âmago, mais que o brilho do firmamento dos bardos e sábios. Porém, sem perceber, ele desdenha das próprias ideias, apenas por serem suas. Em toda obra de gênio reconhecemos velhos pensamentos rejeitados; eles retornam a nós com ar de majestade desprezada.


Se todos nascemos com cérebros basicamente semelhantes, que apresentam mais ou menos a mesma configuração e o mesmo potencial para a maestria, por que será que na história somente muito poucas pessoas parecem de fato se sobressair e realizar esse potencial? Essa é a pergunta mais importante a ser respondida.
A explicação corriqueira para a existência de um Mozart ou de um Leonardo da Vinci gira em torno do talento natural e da inteligência. De que outra maneira explicar suas proezas notáveis a não ser em termos de algo inato? No entanto, milhares e milhares de crianças se destacam por habilidades e talentos excepcionais em alguma área, embora poucas acabem correspondendo às expectativas no futuro, ao passo que outras, aparentemente menos brilhantes na juventude, às vezes conseguem muito mais. Talento natural ou QI alto não explicam as realizações futuras.


Por natureza, nós, humanos, nos retraímos diante de algo que se revele doloroso ou demasiado difícil. Levamos essa tendência natural para a prática de qualquer habilidade. Ao treinarmos alguma habilidade, quase sempre nos dedicamos mais aos aspectos em que temos mais facilidade e evitamos a todo custo facetas em que somos menos capazes. Sabendo que, em nossa prática, podemos baixar a guarda, uma vez que não estamos sendo observados nem nos sentimos sob pressão, adquirimos o hábito da atenção difusa. Também costumamos ser muito tradicionais em nossas rotinas. Em geral nos limitamos ao que todos fazem, praticando os mesmos exercícios convencionais.
Esse é o caminho dos amadores. Para alcançar a maestria, é preciso adotar o que denominaremos Prática da Resistência. O princípio é simples: você avança na direção oposta a todas as tendências naturais quando se trata de praticar. Primeiro, resiste à tentação de ser agradável consigo mesmo. Torna-se seu crítico mais severo; enxerga seu trabalho com olhos alheios e reconhece suas fraquezas. Esses são os aspectos a que dá prioridade em sua prática.
Você sente uma espécie de prazer doentio em superar o desconforto. Segundo, resiste à tentação de relaxar o foco. Você se condiciona a se concentrar na prática com o dobro da intensidade que aplica na vida real, como se fosse a realidade duplicada. Ao elaborar rotinas, torna-se o mais criativo possível. Inventa exercícios que trabalham seus pontos fracos.

Assume prazos rígidos para cumprir certas exigências, forçando-se constantemente a superar os limites que atribuiu a si mesmo. Dessa maneira, você desenvolve seus próprios padrões de excelência, em geral mais altos que os de outros.

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