"Aquilo não era nem
uma cidade, nem uma igreja, nem um rio,
nem cor, nem luz, nem sombra"
Em "A poética do devaneio" de Gaston Bachelard, encontramos mais uma obra prima do autor que ficou conhecido por dividir suas obras em obras diurnas e obras noturnas. As obras em que ele se dedica ao estudo no âmbito da imaginação poética, dos devaneios, dos sonhos, deu-se o adjetivo de obra noturna.
Veja que ao lado logo abaixo eu trago uma citação que ele utilizou na introdução do livro e mais abaixo eu trago um trecho e sua nota.
"Método, Método, que queres de
mim? Bem sabes que comi do fruto
do inconsciente."
JULES LAFORGUE,
Moralités légendaires,
Mercure de France, p. 24
"Perguntou-se se havia realmente
uma consciência do sonho. A estranheza de um sonho pode ser tal que nos parece
que um outro sujeito vem sonhar em nós. "Um sonho me visitou." Eis a
fórmula que assinala a passividade dos grandes sonhos noturnos. Esses sonhos, é
preciso reabitá-los para nos convencermos de que foram nossos. Posteriormente
fazem-se deles narrativas, histórias de um outro tempo, aventuras de um outro
mundo. Longas vias, longas mentiras. Com frequência acrescentamos,
inocentemente, inconscientemente, um traço que aumenta o pitoresco de nossa aventura
no reino da noite. Já notaram a fisionomia do homem que está contando o seu
sonho? Sorri do seu drama, dos seus terrores. Diverte-se com eles e quer que você
também se divirta."
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