sábado, 7 de setembro de 2013

"Método, método, que queres de mim? Bem sabes que comi do fruto do inconsciente."

"Aquilo não era nem
 uma cidade, nem uma igreja, nem um rio,
nem cor, nem luz, nem sombra"
 
 


Em "A poética do devaneio" de Gaston Bachelard, encontramos mais uma obra prima do autor que ficou conhecido por dividir suas obras em obras diurnas e obras noturnas. As obras em que ele se dedica ao estudo no âmbito da imaginação poética, dos devaneios, dos sonhos, deu-se o adjetivo de obra noturna.

Veja que ao lado logo abaixo eu trago uma citação que ele utilizou na introdução do livro e mais abaixo eu trago um trecho e sua nota.


"Método, Método, que queres de
mim? Bem sabes que comi do fruto
do inconsciente."
 
JULES LAFORGUE,
Moralités légendaires,
Mercure de France, p. 24
 
 
"Perguntou-se se havia realmente uma consciência do sonho. A estranheza de um sonho pode ser tal que nos parece que um outro sujeito vem sonhar em nós. "Um sonho me visitou." Eis a fórmula que assinala a passividade dos grandes sonhos noturnos. Esses sonhos, é preciso reabitá-los para nos convencermos de que foram nossos. Posteriormente fazem-se deles narrativas, histórias de um outro tempo, aventuras de um outro mundo. Longas vias, longas mentiras. Com frequência acrescentamos, inocentemente, inconscientemente, um traço que aumenta o pitoresco de nossa aventura no reino da noite. Já notaram a fisionomia do homem que está contando o seu sonho? Sorri do seu drama, dos seus terrores. Diverte-se com eles e quer que você também se divirta."
 


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