quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Seriam estes os motivos das manifestações de hoje em dia...???



"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, 
de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, 
o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

Rui Barbosa



Seriam os mesmos motivos? Seriam os mesmos problemas só que muito maiores, gigantes e agressivos?

Agressivos e desumanos a ponto de colocar milhões e milhões de pessoas na condição inútil de um cidadão que só se sente pressionado por deveres, convenções e imposições de todo tipo, sociais, mercadológicas, conceituais, do capital?

Seria ainda o grito de desabafo de um povo que paga tantos impostos e se sente lesado com tanta corrupção e com a fata de toda sorte de serviço público?

Ou seria ainda tudo isso junto com um tempero de violência e impunidade?


Segue as palavras de Cleide Canton e Rui Barbosa e logo abaixo um vídeo com a declamação de Rolando Boldrin;

SINTO VERGONHA DE MIM...



Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!

‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.


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